Sinto-me triste, deprimido talvez, mas nem sei bem porquê.
Tenho vontade de chorar, de estar só, viver o castigo de uma solidão, pois mais parece que tudo está contra mim.
Não sou de mal, nem de mal dizer, mas de tão amar... estou triste, mas sei que vou vencer.
Quero estar só, sentir todo o peso do silêncio, toda a amargura do isolamento.... estou triste, nem sei porquê.
Queria caminhar, andar sem destino, olhar o caminho, contar as pedrinhas da calçada exaustivamente..., talvez assim eu me canse, fique exausto e o sono sobre venha.
Estou cansado, as olheiras me desfiguram, o corpo pede paz, e eu não lha dou, mas nem sei bem porquê.
Sinto-me um prisioneiro, já que vivo agrilhoado, e mal alimentado....., não sei qual o crime pelo qual peno, mas sei que vou vencer.
Vivo a modos que uma clausura, uma forma especial de clausura, que não sendo por devoção ou fé com espírito de missão, é-o por imposição minha, uma forma talvez de auto-flagelação, mas nem sei bem porquê.
Tenho a sensação do abandono, por vezes a sensação de uma chicla miserável que se mastiga e cospe mal cansa..., mas nem sei bem porquê.
Os céus mais parecem se abater sobre mim, sobre este corpo magoado pelas noites não dormidas, pelos almoços não tidos, pelos desgostos obtidos....mas nem sei bem porquê.
Estou fechado, só, pensando em tudo, para acabar não pensando em nada.... mas tento, talvez consiga têr êxito, afinal não sou eu um sêr vivo?
Por vezes, sinto o estado vegetativo, um estado larvar, um estado sem estado algum, assim como a modos como que "TO BE OR NOT TO BE?".
O silêncio me conforta, me dá uma força que quero que seja mais que aparente, mas que é duro, é!.
Sou o eremita citadino, rodeado de gente, mas só..., envolvido no barulho, mas surdo, com olhar vago, apesar de acossado pelo frenesim cosmopolita...., eu estou assim, letárgico, amorfo, com a sensação de ter tomado o comboio errado, na estação errada...
Procuro-me, queria sentir-me, e às vezes belisco-me, procuro saber se sou eu quem aqui está.
Neste tempo, em que tudo me confunde, me tortura, vivo a paz do afecto..., contradição??? Não, seguramente que não.
Algo me segura, algo não me deixa cair, eu sinto.... algo me põe a mão por baixo, eu preciso desse conforto, porque quero usufruir, quero viver algo que me faz bem, porque no meio a tudo o que sinto, algo faz de mim um resistente..... o amor!.
Eu quero sentir o amor, eu quero viver esse amor, eu quero caminhar sobre as brasas do meu tormento, se for esse o preço para estar bem, em paz, em harmonia, em amor.
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