Mãe do Bom Conselho...

 

Tal como a brisa corre por sobre a planície, eu sinto meu sêr suspenso.

Há momentos em que sinto estar "vazio" por dentro, assim como que estar "oco", a pressão da angustia, sacode meu corpo.
Uma sensação de voo, percorre meu corpo, como querendo erguer-se, contrariar as forças da gravidade... uma leveza estranha esta em mim, como que querendo chegar ao ponto inatingível que minha alma suplica.
Canso de me interrogar a mim próprio, procurando saber quem sou, por onde vou, de onde vim..., mas só sei fazer as perguntas, e não sei dar as respostas.
Em alguns momentos respondo pela metade das coisas, das questões que me assolam, porque logo que penso no que de mim escuto, mais confuso fico.
Estranhamente, e de forma crescente, cada vez mais crescente, não tenho medo a morrer, e encaro a morte como algo de tão próximo, que a acho tão natural como a vida.
As minhas entranhas vão cansando, tenho momentos em que não gosto muito de mim.
Curioso, por vezes tenho a sensação que carrego um saco pesado, bem pesado, e preciso deixa-lo cair no chão, para me aliviar, que coisa mais estranha, talvez a minha auto-estima  esteja abalada.
Magoado por vezes com a ingratidão, ofendido noutras ocasiões, sinto uma tristeza imensa com a vulgaridade dos demais cidadãos.
A idolatria do vicio, a banalidade de atitudes, o vazio de valores, fico triste, eu sou assim.
O culto da inutilidade, o não significado das palavras, fico triste, eu sou assim.
Tenho vontade de pousar o "saco" que carrego, e até deixa-lo para trás, como quem se livra de uma peste, de algo peçonhento, que nos persegue colado ao nosso corpo, à nossa individualidade, mas não posso, pois nesse "saco" há "coisas" fundamentais para a minha dignidade e sentido de vida.
Assim sendo, fico triste, tenho que carregar o fardo, e tentar perceber porque pesa tanto, como aligeira-lo.
O desapego à vontade de estar aqui, faz-me sentir que não pertenço aqui, talvez já tenha feito tudo que há para fazer, mas bem lá no fundo da minha alma, sei que peco, sei cometo pecado por permitir sentir isso em mim.
Mãe do bom conselho, não me abandones.
Mãe do bom conselho, aligeira o peso de meu fardo.
Mãe do bom conselho, auxilia-me.
Mãe do bom conselho, não permitas que me sinta rebaixado.
Mãe do bom conselho, rogai por nós.
Que todos os meus dias sejam abençoados, que todas as minhas questões sejam compreendidas, que minha fé seja elevada.
Permite Mãe do bom conselho, que eu encontre nas feridas e dores do meu caminho, as razões e forças para Vos amar.
Aumenta a minha fé, ensina-me a orar, alivia-me das minhas mágoas, perdoa meus pecados.
Mãe do bom conselho, eu Vos adoro, espero e Vos amo, não permitas que as tentações do mal povoem minha mente.
ámen