Tenho a sensação do vazio, de algo que me consome em lume brando.
Nos meus últimos tempos o meu trilho é uma linha em zig-zag, um linha acentuadamente curva.
Procuro o equilíbrio, não quero tombar sob sensação do extremo sacrifício. Eu sinto a confusão do sentimento difuso, do afecto estraçalhado, eu sou o monumento à confusão.
Não sei bem que fazer, não sei bem que dizer, não sei bem onde ir, que pensar..., mas existo, isso sei, existo!!!.
Uma apatia me invade, a modos que uma ausência de mim mesmo, algo me confunde o sentimento, e ainda não recuperei de afectos exacerbados, de paixões intensas. Não aceitei em mim que algo que eu achava eterno ( e acho....), termine, talvez tenha cometido o erro de acreditar, de julgar possível.... mas provavelmente me enganei.
A intensidade me traiu, não mais que isso, e sinto no corpo gravado a fogo todos os traços de um afecto que não me abandona, e nem sei se será bom ou mau.
Vivo a apatia, a ausência de do "sêr", talvez eu não exista na situação de paixão vivida, talvez eu tenha vivido a dimensão dos deuses, talvez me tenha sido concedido o privilégio de experimentar a felicidade paradisíaca..., e eu não me apercebi disso.
O regresso à origem é penoso, e eu que queria estar no paraíso.... sim, ele existe, eu vivi, eu senti, mas não me foi dado esse privilégio, pois forçado fui a regressar à "terra", aquela onde vivo neste momento a ausência, o vácuo de um sentimento que descobri, vivi, suportei bem, me fez bem, e que agora tenho que me habituar a pensar que tudo isso se acabou.
Eu sou a ausência, eu sou o vácuo.... a todo o custo procuro preenche-lo, atulha-lo de tudo quanto é bom, de tudo quanto me faz bem, e para isso tenho a companhia grata de amigos(as), que me enchem o coração de coisas boas, de afectos despretensiosos, que mais não de que o elixir, o re-tempero de um "buraco", de um enorme "buraco" que teimosamente ocupa o meu universo de sentimentos.
Está difícil, não é fácil retomar, aprender a não ter o que se quer, gosta e ama..., mas seguramente vou sentir o amor, a paixão que todos estes amigos(as) se esforçam por me dar, e sinto que estão conseguindo!.
Bem Hajam!!!
Deus é bom, não abandona seus filhos!!!.
Eu vos adoro, amigos(as), vós sois o porto de refúgio, eu sinto-vos, eu gosto de vocês.
Um abraço em vós.
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