Estou um pouco cansado, as forças vão faltando, a resignação tarda em chegar, e eu teimoso, lutando, qual lutador de wrestling, se erguendo sempre que a força dê para isso.
Tenho feito a "caminhada" debaixo de sol abrasador, a "sede" me apoquenta, e não vislumbro onde me saciar.
Por vezes uma "sombra" amiga me acolhe, me dá o fresco que procuro, gente boa diga-se....
Carrego um fardo pesado, que sob este sol abrasador que tanta mossa faz no meu coração, tento suporta-lo, segura-lo, não vá ficar pelo caminho..... esse fardo pertence-me, é o meu DESGOSTO!!.
"Comprei" esse Desgosto, pensando ser fácil carregar, mas engano, tem-ne custado os olhos da cara, eu diria...... a vida!. Ninguém mo compra, já que é produto farto no "mercado" dos afectos, no "mercado" dos desamores. "Comprei" e agora tenho que ficar com ele.... mas fora, também não deito, porque me faz falta.
Se assim não fosse, como haveríamos nós de expiar os nossos pecados? Não, eu fico com esse fardo, o fardo do desgosto.
Cristo, também sabendo que ia ser crucificado, nem por isso se esquivou à cruz, foi em frente, carregou o madeiro, foi chicoteado e pregado na cruz, porque haveria eu de não aceitar a cruz do meu fardo?
Esta noite não fui à cama, mas também diga-se, precisei de orientar o meu trabalho na empresa, mas tenho a consciência de que foi mais o tempo da carga do fardo, do que do trabalho feito.... mas fiquei.
Várias vezes manifesto a minha surpresa...... apesar de um pouco cansado, sinto que estou aligeirado, tendo em conta o descanso dos tempos últimos... "alguém" me segura a mão.
Já percebi, que por esta forma não "chego lá", alguém me segura, me deixa dormir de olhos abertos, e descansar em pé.... curioso!.
Sinto o espaço do salão medieval, dos vastos candelabros, dos soalhos reluzentes, escuto o som dos meus paços como se de um fantasma se tratasse. Eu sou quase um fantasma!.
Se não durmo, e por via disso descanso pouco ou mesmo nada, e me alimento de forma que considero critica..... bom, só posso ser um fantasma, um bom fantasma, vivendo a sua sina, errática, vivendo entre dois mundos, o do leite e mel, e doçura, e o do escuro, amorfo, sensaborrão!.
Sinto uma "paz" podre, uma calma esguia, talvez o cansaço esteja a fazer das suas, me obrigando a não gastar os últimos cartuchos. É o instinto da sobrevivência!.
O dia está lindo, solarengo, nada frio, primaveril, mas ao que sinto, nem a alergia dos polens quer nada comigo, nem isso me afecta, quanto mais a luz que entra no meu espaço!.
Tenho a tristeza por companhia, e a solidão como amante..... essa "gaja" é terrível, desde que chegou, e chegou bem cedo, não desgruda, me chama de " ....tu és meu!!!".
Vou continuar a "caminhada", pensar que é já ali o fim do percurso, e pedir a Deus a força que tanto necessito para não desfalecer.
O caminho é longo, a jornada dura, sozinho tentarei chegar ao meu "destino", que só Deus sabe qual é!!!.
Sem comentários:
Enviar um comentário