A cruz de meus dias, tem a forma de meu sofrimento.
Ela é o sinal da minha solidão, e nela revejo todo o meu sofrimento.
Carrego a "cruz", todos os meus dias, com a sensação de nunca chegar ao local de crucificação.
Por vezes sinto o peso, a dôr de carregar as minhas feridas, lambendo-as, procurando sarar o que todos os dias se dilacera.
Vergo-me ao peso de minha cruz, já que carrego todos os meus males, numa penitência sem fim.
Peço ajuda, mas as dores não se aliviam.
Tenho o que mereço, sinto o abandono de quem me pode ajudar, sinto a perda de amigos que sei se vão ausentando.
À amargura de meus dias, eu somo a tristeza do meu sêr. Sinto o meu corpo como uma ferida aberta latejante.
Se carregar uma cruz pode sêr o exumação de nossos pecados, eu ainda não acabei o caminho de meu calvário.
Caminho, penso enquanto caminho, sofro a amargura das dores e solidões, que meus pecados me provocam.
Sofro a clausura do meu sêr, encontrando no silêncio, no choro o conforto de meu coração. Tenho o céu por limite, e olhando para Ele, eu suplico a Sua ajuda, o seu perdão.
A minha cruz vai pesada, terei que a carregar até ao local de calvário onde encontrarei o alivio das minhas atitudes, contradições, que me infligem dôr, mágoa e a sensação de que vivo só, sem a mão amiga do meu Deus.
Olha para mim, não me abandones....... faz de mim um exemplo para o castigo de meus pecados, apesar de eu saber que Tu és benevolente, misericordioso, e... Pai.
Ajuda-me Pai, a viver os meus dias de silêncio, a sentir alivio de meus pecados, e a encontrar a paz do meu coração.
Deixa-me olhar para Ti, deixa-me estar contigo..... perdoa-me os meus pecados, afinal sou só feito à tua imagem e semelhança.
Se tenho esta cruz para suportar, então Pai, Deus todo poderoso, abrevia-me o caminho, deixa que eu encontre o meu monte do calvário, onde finalmente poderei sentir a luz, a força da Tua presença!
Amen!
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