Neste dias, a sensação de quente e frio me consome a alma.
Como gelado derreto sob sol escaldante, é assim que me sinto hoje, molengo, amorfo, triste.... vazio, enfim!.
Luto tenazmente contra o vácuo da alma, o espaço que não escolhi e que teimosamente quer habitar em meu coração. Pobre de mim!.
Socorro-me da oração, da prece, da "fala" com ELE, e por vezes não contenho as lágrimas, faz-me bem, sinto-me bem chorando, porque afinal não são as lágrimas o amor na versão liquida?
Tenho os pensamentos "inundados" de dúvidas, de recalcamentos, de coisas boas, coisas más, o "quente e frio" de uma vida.
Nestes dias, o clamor da desventura me persegue, o gosto mórbido pela auto-flagelação do corpo e do espírito me alivia, sinto o chamamento da tortura, do auto-castigo, daquilo que me possa magoar, e porquê ?.
Talvez essa dor que procuro, seja o paliativo de uma dôr maior que sinto, e que não sendo visível, é bem mais dolorosa que outra coisa qualquer.... o desamor, o por vezes não gostarmos nem de nós mesmos.
Quando dou por mim, estou pensando no "muro" da vida, naquele "muro" que todos nós acabamos por optar alguma vez na vida, na tomada de opções, decisões que podem ser dolorosas para nós e não só.
Detesto o apelo da morte, mas não nego que por vezes seja acossado por isso. Quem já não teve esse tipo de pensamento na vida? Penso que quase todos o tiveram.
Carrego o fardo de uma tristeza, que imagino eterna, e por isso muito penosa, já que não vislumbro forma de a banir do caminho. Carregarei até ao fim esse sentimento, só a terra fria me curará.
Os filmes de terror que para mim imagino, com seus cenários dantescos, assustam-me, me deixam a mim próprio questões que nem eu sei responder....a não ser que de facto eles existem, eu penso neles, sem contudo os consiga erradicar da minha cabeça. Serei louco?
A sensação do inútil, do pouco útil, do indiferente me toma a alma, me tortura os passos. A vontade de fazer "burrice" é por vezes muito presente. Talvez a minha sorte é eu ser um tudo nada cobarde.
Hoje estou assim, hoje pendo na queda, na dor de um voo pelo espaço em direcção à agua.... como será?
O conforto da "solução" me faz deixar preocupado, talvez eu esteja febril, mesmo demente, já não sei, mas que penso, penso.
Acalmem-se os leitores, não sou suicida não, mas é estranho aceitar fazer a candidatura a tal propósito. É esquisito.
Das dores espalhadas, das dores recolhidas, tudo fica muito amplificado, nada se torna fácil na vida, e eu hoje estou assim, desmiolado, talvez no..... vazio!.
Deus me escuta, e sabe do que falo, sinto a Sua protecção.....será mesmo assim suficiente?
Falo para ELE, trato-o como um amigo antigo, dos tempos de jogar à bola na calçada, e n'Ele coloco meus anseios, e sei que sou escutado. Eu sou por Deus!!!.
Não queria magoar ninguém, nem sofrer no corpo a desventura da mágoa que me tolhe os passos, mas se assim tiver que ser......seja!.
Sorrio, falo, disfarço ainda melhor, afinal a vida é um teatro, em que todos acabamos sendo actores de uma peça, que nem nós escrevemos nem sabemos como acaba, mas representamos.
O apelo do abutre, que come a carne putrefacta, que pacientemente aguarda a morte do moribundo, está sempre presente, sinistro, corcovado sob seu espesso peso das penas macilentas, e eu aqui dando-lhe esperança. Idiota!
Hoje estou assim, tristonho, abatido, com vontade de asneirar, dizer burrice, mas sinto, penso, queria fazer.....mas não faço, apesar de ter vontade, já que amanha será outro dia, mesmo que sinta esta cruz, este calvário ter que suportar.
Queria estar de pé, acordado, castigando meu corpo exausto, mas se Deus quiser, e me ajudar, eu serei o vencedor de uma coisa "quente e fria" que explica a amargura, tristeza, talvez pouca alegria de estar por aqui, carregando o peso deste "madeiro" da vida.
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