Os meus tempos vão difíceis. Talvez não só os meus, mas também de quem me rodeia.
Estou triste, muito triste, e confesso, nem sei bem o que fazer.
Meus sentimentos estão confusos, muito dispersos, sem coerência, muito doridos.
Tenho a horrível sensação de odiar, para logo de seguida duvidar de mim mesmo, dos meus gostos, dos meus afectos.
Tenho a sensação generosa de dar, de servir mesmo que isso por vezes custe as minhas lágrimas, a minha revolta, e me provoque a dúvida terrível de talvez esteja a sêr estúpido..., talvez idiota.
Não sei se deva rezar, suplicar, ou viver a resignação de uma vida triste, amorfa, amarfanhada pela pressão de gestos, sentimentos esguios, evasivos, nada consistentes.
Nestes últimos meses, a violência assentou arrais em meu corpo como lepra, sarna ou outra malignalidade que não escolhi.....só quero ser feliz, só isso..... mas como é complicado.
Tantas vezes olho o céu, procuro ver o vulto de quem partiu, o sinuoso de um carácter, de uma vida pura, dedicada, generosa, e nada mais vejo que azul, nuvens e pássaros.
Carrego o peso de uma solidão dorida, por vezes imposta, e noutras auto-imposta, o corpo me dói todo, não conseguindo eu distinguir se da alma ou dos músculos.
Sinto sono, uma dormência teimosa, uma vontade de me deixar cair na letargia de um espasmo, de um grito, de um choro..., tenho uma vontade enorme de chorar, sinto que me alivio a cada crise de choro.
Caminho numa "estrada" sem riscos, sem sinais de transito, sem bermas, sem curvas, e sem fim, mais se parecendo com um enorme risco negro que se perde na linha do horizonte, e faço-o como se caminhasse sob um sol escaldante.
Estou numa fase que não tinha "programado" para mim, mas a vida tem coisas que não posso entender, Deus é soberano, decide, e nós temos que obedecer.
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Sou frágil apesar de minha voz-trovão....
Sou sensivel apesar de minha estatura....
Sou generoso, apesar de por vezes ter tiques egoistas....
Sou afectivo, apesar de por vezes parecer odiar....
Sou de paz, apesar de por vezes parecer deitar tudo abaixo...
Sou de chorar, poque nas lágrimas, minhas fieis companheiras, eu confio a minha dôr....
Sou de suplica, porque nela, encontro o caminho até Deus....
Sou humano, e criatura feita a imagem e semelhança de Deus..., por isso eu reclamo benção dos céus!
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SALMOS 12 (HEBR.13)
2 - Até quando, Senhor, de todo vos esquecereis de mim?
......Por quanto tempo ainda desviareis de mim os Vossos olhares?
3 - Até quando aninharei a angustia na minha alma,
......E, dia após dia a tristeza no coração?
4 - Até quando se levantará o meu inimigo contra mim?
......Olhai! Ouvi-me, Senhor, ó meu Deus!
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