Se te falo, e não vejo, se me escutas eu acredito, se Tu ages quero sentir-Te....
Não sei que Te dizer, deixa que meu silêncio se exprima, que minha mágoa se afogue....!!!
Te falo sempre, te suplico errante....umas vezes Te dás, para noutras ....... não sei!!!
Eu falo o que sinto e Tu vês, e digo coisas as vezes, que não sei porque.....é vontade de morrer!.
Eu olho em volta, e não enxergo flores, coisas e pessoas... que às vezes comigo cruzam..., estou cego, ferido talvez..., que mais é preciso para Te ver?
Não sei como, mas sinto sim, o ardiume da alma, o martírio do corpo... que se consome torpe, devorado pela avidez de tudo querer, e, ....., e não poder!
Estou no fundo, meus amigos lançam mãos, cordas e apretechos, querem ver-me sair de lá....e eu teimoso, me agacho e me escondo.
Só quero a Ti, queria ver-Te..... leva-me, e que a viagem seja curta, breve.
O ruído que o silencio faz, minha cabeça rebenta, o coração pula, os nervos cedem... e eu querendo ver-Te... tolo, talvez...., não Te sinto, mas sei que velas.
Meu corpo cede, minha alma frágil sente a Tua falta..., mas sei que me olhas.
Tenho a angústia dos mortos-vivos, caminho no espaço-tempo, no intervalo das coisas, na ausência de mim, no não amor-próprio, num sofrimento sem-fim, correndo riscos de perder tudo dos amigos, poucos sofridos por mim, que ainda assim tudo fazem e teimam em mim.
Mas sinto-me no abandono, no caído na sarjeta, tenho a alma no fundo pela tristeza avassaladora, pesada, imunda....que me escurece a alma.
Eu, de alegre sorriso, de projecção divina, de vitorias imensas obtidas, agora assim....
Tenho a vontade do "nada", do estar além do aqui... se calhar não quero estar aqui, porque antes quero estar ali. Confusão mental, distorção da visão, e Tu aí ..... me dás a mão?
Só quero estar onde não posso, só desejo o que não tenho, amargurado sofro, rilhado num destroço do homem que já fui.
Eu sou o homem-morto, aquele que Te deseja, eu sou amorfo, manso, e ardo que nem carqueja.
Eu Te quero a Ti Deus, a Ti....!!!, não achas que já vivi?
Não queria ter este desgosto enraizado no corpo, como cheiro pestilento, teimoso em me deixar, só queria me arejar, abonitar, e voltar a sorrir, amar.
Já vou longo nesta conversa, não Te quero cansar, podes ficar zangado...duvido, mas... há que ter cuidado.
Te lembra de mim, e não deixes que me torne num vegetal, eu sou mais que isso.....sou racional.
Te amo Deus dos meus cansaços e dores de alma...Tu és o caminho, me chama!!.
Ámen!!
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